O espaço duplicado

(2014-2016)

Corredores labirínticos ladeados por gabinetes. Pontos de luz refletidos e refratados, uma e outra vez – e novamente – por um sem número de vidraças. “O espaço duplicado” apresenta uma série de fotografias do interior de um espaço que não reconhecemos instantaneamente. A ação da luz empresta ao espaço uma atmosfera difusa, quase onírica, intencionalmente capturada nas fotografias: vários pontos de vista, perspetivas e reflexos são organizados em sequência, criando uma narrativa de acontecimentos espaciais, durante a qual o ambiente se desvenda perante o observador, primeiro como que em câmara lenta e, depois, num rápido movimento de implosão, do qual resulta a perda de qualquer referência objectiva.

“O espaço duplicado” afasta-se de uma representação objectiva, não se encontrando facilmente equivalência entre a realidade das imagens e a realidade efetiva. As imagens desconstroem o seu assunto. Um espaço concreto é transformado numa abstração espacial e, finalmente, numa abstração pura.

A recriação do lugar em “O espaço duplicado” é da ordem do psicológico, uma vez que, mais do que mapear sugere uma experiência sensorial. O registo do espaço parte da exploração da possibilidade da sua desagregação material – apenas possível via sequência fotográfica e não operada de facto – para deixar fluir apenas a atmosfera, permitindo o surgir de um panorama interior.

O projeto contém 730 imagens e um livro de artista.

Impressão jato de tinta s/ papel Fine Art. Várias dimensões . Edição: 6+1AP

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